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Foto do escritorJose Antonio Zindel Deboni

Final da Jornada: Exemplos

Chegamos ao último episódio da série, sendo que levamos aproximadamente 7 meses desde o episódio 1. Certamente que uma jornada de enriquecimento e alcance da liberdade financeira não se atingi em apenas 7 meses; não é razoável. Mas aqui descrevemos um método que pode funcionar se não para todos ao menos para a grande maioria das pessoas.


Nesse episódio vamos nos concentrar um pouco mais em dar alguns exemplos de como você pode investir o recurso total resultante do acúmulo de riqueza e viver da renda passiva gerada.


Revisitando nosso mapa de renda abaixo, temos como alternativas: Tesouro Direto, Ações, Fundos Imobiliários e CDB. Incluímos Fundos Mútuos nesse momento já que iremos particularizar o tipo de fundo adequado, uma vez que nem todos os fundos podem ser considerados.


A primeira questão é saber se você irá investir em um único produto, única família de produtos ou distribuirá o recurso em uma carteira diversificada de produtos. Aqui também não têm resposta certa ou errada, mas como o principal objetivo é a geração de renda no longo prazo, sua escolha deve levar principalmente em consideração dois fatores:


  • a certeza da renda no nível necessário;

  • o risco baixo na flutuação do patrimônio ou a frustração da renda mensal.


Antes de prosseguir vamos relembrar o nosso quadro resumo e as premissas que utilizamos para o cálculo dos 3 grandes números.



O valor de R$ 2,5 MM foi calculado baseado em uma taxa de retorno de 6% a.a, assim precisamos encontrar investimentos que nos garanta esse percentual de retorno do capital investido, possibilitando um ganho de R$ 152 mil ao ano.


1) Acreditamos que o Tesouro Direto seja a opção que mais se adequa na garantia dos pontos principais acima. Abaixo a lista de títulos disponíveis e seus respectivos valores para compra (lembrando que os preços variam diariamente). Apesar de existirem várias opções de prazos e títulos, entendemos que para o caso da aposentadoria os mais longos, com taxas maiores, pagamentos semestrais e correção pelo IPCA são os melhores. Assim no exemplo abaixo o Tesouro IPCA+ 2055 com juros semestrais seria uma ótima escolha. Além de pagar 6,19% a.a (dentro na nossa taxa) também irá corrigir o valor pela inflação oficial (IPCA) garantindo o poder de compra por 35 anos.



2) Fundos Imobiliários podem ser uma segunda opção, pois a renda dos FIIs de tijolos ou seja que possuem ativos físicos, distribuem aos seus cotistas o resultado dos alugueis cobrados. Os aluguéis possuem contratos que já preveem índices de correção, o que acaba sendo uma proteção contra os efeitos da inflação. Para montar uma carteira desse tipo, recomendamos que você escolha uma corretora de renome que produza bons relatórios de análise e de acompanhamento.

Abaixo uso como exemplo um relatório de FIIs da Ágora Investimentos, corretora de valores ligado ao Banco Bradesco. De forma similar ao Tesouro Direto você deve procurar por FIIs que possam dar o retorno necessário. Uma forma de você verificar é buscar no relatório o dado de quanto o FII vem pagando de Yield (rendimento) nos útlimos 12 meses. A média da carteira deve render acima dos 6% ao ano.


Fonte: Ágora Investimentos


Importante lembrar que no caso os FIIs fazem parte de títulos de renda variável e apesar deles terem uma maior previsibilidade de pagamentos mensais de rendimento, o valor dos títulos pode variar, fazendo com que o valor do patrimônio também varie. Vale lembrar o que mencionamos no episódio anterior (12) que nessa fase o mais importante é a constância e manutenção da renda, mesmo que o patrimônio tenha uma variação negativa.


3) Fundos de Investimentos DI Simples. Conforme mencionamos anteriormente, os fundos de investimentos foram incluídos na lista porém apenas os fundos atrelados ao DI devem ser considerados como sendo uma opção. Em especial você deve procurar pela fundo de classificação ANBIMA igual ao DI Simples. Esse tipo de fundo possui 95% de títulos públicos ou equivalentes, garantindo a segurança da aplicação.


Alerta Importante: você deve ficar atento aos fundos de Renda Fixa que possuem DI no nome ou informam que buscam superar o índice DI. Esses fundos podem conter outros tipos de ativos que podem variar positiva ou negativamente ao longo do tempo podendo comprometer sua renda mensal em situações de crises ou de stress de mercado.


Uma questão importante à considerar; como esses fundos são pós fixados, você só tem conhecimento do resultado após o prazo decorrido. Aplicar nesses fundos é equivalente a investir em Títulos do Tesouro Direto do tipo SELIC, que acompanham a taxa básica de juros. O seu cuidado aqui é acompanhar a situação atual e futura (projeções) para a taxa Selic.


Fonte: Banco Central do Brasil



Acima você encontra as metas da taxa Selic que dita a remuneração dos Fundos DI Simples com histórico desde Janeiro de 2013. Atualmente (janeiro de 2023) a taxa está em 13,75%, por tanto acima dos 6% que é a nossa taxa referência. Aqui fica a ressalva de que não há proteção contra a inflação, assim em períodos onde o juros real (Selic - Inflação) estiver acima dos 6%, considere que o rendimento deva ser guardado para corrigir futuras reduções da taxa Selic ou reduzir o impacto da inflação.



4) CDB DI Pós fixados com remuneração de 100% do CDI: CDBs são títulos emitidos por bancos que servem para dar lastro as operações de crédito daquela instituição financeira. Em outras palavras, você empresta ao banco investindo no CDB e o banco empresta aos clientes dele. A remuneração do investimento seguirá a taxa do CDI que segue a taxa Selic. Esse tipo de investimento é muito simples de ser contratado, porém cada instituição acaba dando nomes ou acrescentando sufixos como Plus, Mais e por ai vai. O importante é você verificar

Prazo: quanto mais longo melhor, mas na maioria dos casos são de 5 anos;

Percentual do CDI pago: no mínimo de 100% do CDI, porém alguns bancos só pagam os 100% depois de um tempo de carência, verifique antes de aplicar;

Liquidez: tem que ser diária, para que você possa solicitar o resgate a qualquer tempo.


Algumas instituições oferecem CDB pagando percentuais acima dos 100% porém normalmente não possuem liquidez, ou seja, para você ter o benefício do rendimento superior você deve deixar investido até o prazo final. Como você busca a renda dos juros, não é o caso.


Outro ponto importante é a segurança da instituição que você fará a aplicação. Como o CDB é um título de emissão do banco se ele quebrar, você poderá ficar sem o seu dinheiro. Esse tipo de investimento possui uma segurança pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que garante seu dinheiro em caso de problema com a instituição até o valor de R$ 250 mil. Assim se for investir mais do que esse valor de preferencia por fazer investimentos em mais de uma instituição.


5) Ações . Apesar das ações apresentarem um número maior de fontes de renda, esta opção é a que exigirá um maior esforço por parte do investidor na montagem e manutenção de uma carteira capaz de gerar a renda nos níveis adequados (6% a.a) .

Juros (Juros sobre Capital Próprio) e Dividendos, são duas maneiras com que uma empresa distribui seus lucros remunerado assim seus acionistas. Assim é importante que a carteira de ações necessariamente precise conter empresas lucrativas e com boas políticas de distribuição de lucros. Na lista abaixo, produzida pela B3, você encontrará uma relação referente ao ano de 2022.



O campo Dividend Yield% é o campo que representa a taxa de retorno anual, lembrando que no caso das ações, os dividendos podem variar de ano para ano, ficando prejudicada a previsibilidade da renda. Outro ponto que deve ser levado em consideração é a periodicidade de pagamento já que não há um padrão (pode ser: mensal, trimestral, semestral ou anual) exigirá um pouco mais de planejamento para que não falte recursos.


Há também outra oportunidade de ganho que é o aluguel de ações. Para aqueles que montarem sua carteira de ações com foco nos dividendos, podem disponibilizar esta carteira para que as ações sejam alugadas por investidores que querem operar vendidos em um determinado papel. Os juros pagos irão depender de alguns fatores, como liquidez e demanda. Esse valor recebido você deve considerar como um extra já que a renda é imprevisível.


Tributação:

As aplicações de Renda Fixa como o Tesouro Direto, Fundos de Investimento e o CDB seguem a tabela regressiva de alíquotas (abaixo):



Os FIIs têm os rendimentos mensais isentos de impostos, e as ações têm os JCPs (juros sobre capital próprio) tributados em alíquota única de 15% e os dividendos não são tributados.


Após esses 13 episódios você deve ter visto que é possível ter liberdade financeira, mas algumas escolhas precisam ser feitas. São elas que determinaram o seu futuro financeiro.

Que todos tenham uma ótima jornada rumo a sua Liberdade Financeira.


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